Prólogo
Quando
decidi escrever esta história confesso que fiquei muito assustada, pois cada
história que me é ditada por algum espírito, faço questão de me certificar
pessoalmente se os fatos foram verídicos ou não. Muitas das histórias que ouço
deles são apenas narrações e desabafos, são pessoas que de alguma maneira se
perderam no espaço e no tempo. Pessoas tristes e solitárias que teem a
necessidade de falar. Muitas das vezes acabo me entediando com as histórias e
não as divulgo. Mas, quando o John começou a falar e falar sem parar no meu
ouvido sem me deixar dormir se quer uma noite apenas, resolvi deixá-lo terminar
de me contar o que ele precisava dizer, mesmo por que o Jhon é muito
determinado e estava obstinado a falar mesmo que eu não quisesse ouvi-lo.
Eu
sabia que o Jhon era um obsessor ou como meu amigo Wallejo fala: -, um passante
(espírito que não consegue ou por algum motivo não quer deixar o espaço invisível
que existe entre nós e eles). Bom, tudo que o Jhon ia me ditando ele
ressaltava dizendo: - se duvidar pode procura pelo fulano ou pelo fato tal na
sua internet que você vai ver que é tudo verdade. Eu assim o fiz e confesso
mais uma vez fiquei muito assustada com a veracidade dos fatos. Os nomes... As
cidades tudo batia perfeitamente.
Não foi como no livro O Segredo dos
Girassóis que tive muitas dificuldades em achar toda a verdade por justamente o
suposto mosteiro de San Francisco ter sido totalmente destruído em um incêndio
supostamente criminoso. Este fato
inclusive fez com que muita gente erroneamente achasse que o livro se tratasse
de uma história inventada ou fantasiosa que criei apenas para aparecer. Isso
não vou discutir, pois eu sei o que ouve comigo, eu fiz a regressão e estive
naquele lugar eu vi minha ancestral e sei que o Wallejo foi o meu amor de
outras vidas, o que justifica as muitas coisas que passo e que passei nesta
minha vida atual. Ressalto mais uma vez que, cada um tem o seu próprio conceito
de espiritismo e a cada um é incumbido esse compromisso astral de uma maneira
muito singular então vos digo: - “não julguem para não serem julgados”.
Continuando
com a história do Jhon a principio como já citei, achei que teria problemas com
ele por se tratar de um obsessor. E estava certíssima, o Jhon devido a sua
determinação e necessidade em me contar sua história andou fazendo umas
estripulias aqui em minha casa... Só para vocês terem um ideia ele começou a
perturbar até mesmo minhas visitas. Bom, o trabalho para acamá-lo foi árduo,
mas conseguimos através de muita paciência, conversas e orações. Muita gente ao
ler isso deve estar me criticando ou se perguntando, mas por que você deixou
chegar a este ponto?
_ Não
deixei. Então para responder a esta pergunta vou dizer o que aconteceu: - o John
estava achando que quando se encontra um médium que pode ouvi-los este tem a
obrigação de escrever suas histórias até que suas vistas sagrem como aconteceu
como nosso irmão Chico Xavier. O Chico era uma pessoa acima de qualquer
um de nós inclusive no que se tratava da paciência e dedicação o que não
acontece comigo e outros médiuns. Afinal temos nossas vidas à parte. Tive que
mostrar isso para o Jhon ou ele e outros fariam da minha vida um verdadeiro
caus.
Quando
um médium psicografa, este fica em uma espécie de transe e é o que acontece
comigo, quando releio a história que escrevi fico maravilhada, pois não me
lembro de nada que havia escrito antes, a história para mim depois de escrita é
tão inédita quanto para os meus leitores. O fato é que depois de psicografar ou
depois de qualquer sessão que me faço da uma espécie de cansaço, um sono que
não dá para resisti. É muito exaustivo, é muito complicado também explicar com
palavras o que me acontece depois de uma regressão ou de psicografar uma
história. Foi difícil explicar e fazer o John compreender isso. Havia dias em
que me encontrava de pavio curto e em um desses dias perguntei-lhe em voz alta:
_ Por
que vocês estão fazendo isso comigo? Por que vocês ao me deixam em paz? Eu não
sou o Chico Xavier não tenho a paciência que ele tinha e nem disponibilizo de
tempo, também tenho a minha vida e tenho dois filhos para criar e cuidar. - Falei isso em voz alta. Ai uma voz que não
se identificou e que até hoje não sei de quem era respondeu-me assim:
_ Sabemos disso Anna...
_ Então porque vocês não me deixam em
paz?
_ Não fazemos por mal, mas você é uma
das poucas pessoas que podem nos ouvir. Você é a única que aceita falar com a
gente. Ajude-nos...
Sem
palavras por que naquela hora me coloquei no lugar deles, pois sei como é
triste ter tanto para dizer e ninguém para ouvir. O mundo deles é muito
solitário... Eles não são como os espíritos de luz que todos querem ao lado,
eles são como os nossos mendigos que vivem jogados e excluídos. São pessoas que
embora não estejam mais aqui são pessoas...
Eles são considerados obsessores por que por algum motivo estão presos a nosso
plano. O bsessor mesmo é um espírito muito doente que em vida era um viciado,
um assassino, um alcoólatra, uma prostituta e por ai vai. Mas, algumas dessas
pessas não tiveram nada de errado, a maioria clama por algum tipo de justiça.
O Jhon
está preso em nosso mundo, por que tinha vícios e por que não aceitou ser
resgatado, ele teve a oportunidade dele, mas o Jhon achou que não podia partir
tento sido assassinado no lugar de um criminoso. Eu creio na minha maneira de
pensar, o John só terá paz quando o Spencer (detetive do FBI que supostamente
assassinou o John) estiver morto ou reconhecer que cometeu esse grave erro.
Para saber isso teremos que mergulhar nas páginas seguintes e descobrir juntos
o que realmente aconteceu com o Spencer e com o John.
“O ser humano não enxergaria a verdade
nem mesmo se esta estivesse colada na frente de seus olhos... e o que são
verdades? Você consegue responder isso? Não? É porque não existe tais verdades
e também não existe mentira. A história tem que ser contada e isso é o que
importa...”
J.M.
BOA LEITURA!